Por Mila Gonçalves
Com mais de 30 milhões de habitantes vivendo na gigantesca área rural brasileira, a educação no campo sempre foi um grande desafio. Um dos indicativos dos efeitos desse problema é que 23,3% dos maiores de 15 anos que vivem nessas regiões são analfabetos, enquanto na zona urbana esse contingente não chega a 8%. Outro desafio é o fato de a zona rural ter menos professores concursados, com baixa escolaridade e enfrentar alta rotatividade nas escolas ao longo de um mesmo ano letivo. Essas questões têm sido enfrentadas nos últimos anos por diversas iniciativas, tanto na esfera governamental, quanto na privada, e têm gerado belos frutos.
Uma das conquistas no âmbito das políticas públicas foi a criação do Programa de Apoio às Licenciaturas do Campo (Procampo), do Ministério da Educação (MEC), que leva às universidades públicas apoio para elaboração de cursos de formação inicial de professores para atuarem em contexto rural. Com um currículo que alterna o tempo dentro da escola e com a comunidade, foram fomentadas por meio de editais em 2008, 2009 e 2012 um total de 15.532 vagas para os cursos de Licenciatura em Educação do Campo. Atualmente, estão formados mais de 1.100 docentes pelo programa, grande parte na região Nordeste.
Para além da formação inicial, no entanto, é premente o debate constante entre especialistas e profissionais do ensino sobre a importância da formação continuada para atualização de suas práticas. As oportunidades formativas online, como a formação de professores ofertada pelo programa Escolas Rurais Conectadas, da Fundação Telefônica Vivo, se fazem uma potente ferramenta de aprendizagem para educadores.
Mais do que o formato, o importante é legitimar cada vez mais iniciativas para impulsionar e qualificar a formação dos educadores do campo, habilitando os docentes a transformarem vidas por meio da educação. Os cursos ajudam o docente a se manter atualizado nas práticas pedagógicas do dia a dia em sala de aula e nos conceitos de inovação tecnológica com os alunos. O importante é encontrarmos soluções para os novos e antigos desafios, que sempre ocorrerão, mas que podem e devem ser enfrentados por meio da união de ações provenientes tanto da esfera pública, quanto da privada.
Mila Gonçalves é gerente de projetos da Fundação Telefônica Vivo.