Jonatan Svensson Glad [CC BY-SA 4.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0)], undefinedPela primeira vez, este ano a pesquisa TIC Educação, do Cetic.br, coletou dados sobre o uso da internet no celular para atividades de ensino e aprendizagem. Os dados mostraram que, apesar do aumento de 19 pontos percentuais referentes ao acesso à internet por celular, por parte de docentes (passou de 65%, em 2014, para 85%, em 2015), a adoção do dispositivo em atividades com os alunos foi mencionada por apenas 39% dos professores: 36% de escolas públicas e 46% de escolas privadas.

Também houve um crescimento de 6 pontos percentuais em relação a 2014 no percentual de estudantes que afirmaram utilizar o celular como um dos meios para acessar a internet: passou de 72% para 78%. No entanto, a prática de atividades de aprendizagem pelas crianças e jovens não acompanhou esse aumento. “Um dos motivos é porque o uso do celular nas escolas continua esbarrando em restrições como as proibições estabelecidas pelas instituições”, analisou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. Pela pesquisa, que está na 6ª edição, em 62% das escolas públicas a internet sem fio é de uso restrito, com senha e fechada para os alunos. Nas particulares, a situação não é muito diferente: 58%.

Vontade de fazer

A pesquisa apontou também que 46% dos professores levam o próprio computador portátil para a escola para a realização de atividades de gestão escolar e pedagógicas (14%, levam seu próprio tablet). E que 95% dos professores fazem uso de recursos obtidos na web por motivação própria, enquanto 63% citam os colegas ou outros educadores como fontes de motivação.

Os primeiros passos são dados informalmente: 70% dos professores afirmam que aprenderam a utilizar computador e internet por meio de contatos com outros professores e, 44%, com algum grupo de professores da própria escola.

Ou seja, os indicadores mostram que os educadores têm vontade de aprender e usar, vão em busca de capacitação, independente das políticas públicas. “Tais dados sugerem que, na agenda de formação de professores, a mediação realizada por pares merece maior atenção e pode ser uma forma de facilitar a aproximação dos docentes com as TICs. Além do apoio da coordenação pedagógica e dos cursos de formação, a troca com outros professores tem extrema importância. É necessário considerar o próprio professor enquanto um multiplicador na escola”, reforça Barbosa.

A TIC Educação 2015 foi divulgada dia 29 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).