“Todos aprendem. Todos aprendem, o tempo todo. Mas cada um aprende de maneira única. Porque cada um tem o seu DNA educacional”. A partir dessa reflexão, Ronaldo Mota, reitor da Universidade Estácio de Sá, apontou de que forma as tecnologias da informação e da Comunicação (TICs) podem ajudar a conjugar qualidade com escala, em termos de educação. Durante sua palestra na 8ª edição do Fórum de Lideranças: desafios da educação, promovido em maio pela Blackboard e pelo Grupo A Educação, o educador ressaltou que a tecnologia permite conhecer o educando e traçar uma trajetória de aprendizagem personalizada. De acordo com ele, “o que se aprende” é menos importante do que “o conjunto de processos pelo qual se aprende”.

Gestores de instituições de ensino e especialistas em educação participaram dos debates com palestrantes internacionais como William Bill Ballhaus, novo CEO e presidente da Blackboard, também conselheiro na Universidade da Califórnia (UCL) e diretor emérito do Conselho da United States Geospatial Intelligence Foundation. O executivo alertou que o mercado de trabalho procura por formandos que consigam trabalhar de forma colaborativa: “As universidades têm que incentivar essa competência em seus alunos”.

Também participou dos painéis Oswaldo Morales Tristán, diretor de educação Online da Universidade Esan, no Peru.  Tristán ressaltou os desafios de iniciar um projeto de ensino a distância nas instituições de ensino superior. O grande problema, acredita, é o convencimento do professor. “O professor ainda não se sente à vontade diante de uma câmera. Em um grupo de professores formados para o uso de TICs, apenas cinco fizeram um curso online”, concluiu.

Do Brasil, Ricardo Ramos Fragelli, da Universidade de Brasília (UnB), apresentou o Método Trezentos, criado por ele para estimular a aprendizagem ativa e colaborativa – metodologia contemplada pelo Prêmio Santander Universidades, em 2015. O professor dos cursos de engenharia e do mestrado em design contou que a metodologia consiste em colocar lado a lado, em cooperação, estudantes com as melhores notas e estudantes com as piores notas. “A missão dos melhores alunos é elevar o grau de aprendizagem dos que vão mal”, afirmou Fragelli. Essa tática já resultou em melhora de 40% das notas nas turmas que ele leciona.

Luiz Felipe Trivelato, da Sagah, falou sobre a evolução do mercado de EAD. De acordo com ele, no início, as universidades tinham dúvida se deveriam montar uma estrutura própria ou contratar serviços de terceiros. “Hoje está claro que a melhor opção é a contratação de infraestrutura”, disse. “Agora, o dilema é em relação à produção de conteúdos, se deve ser feita por competências internas da instituição ou se pode ser delegada a especialistas externos”. Para Pavlos Dias, gerente nacional da Blackboard, o Brasil costumava seguir o modelo dos Estados Unidos, de fazer tudo “em casa”, até porque não havia bons fornecedores. “Hoje, a maior parte das instituições está utilizando produção de terceiros pois já há confiança na qualidade desses produtos”, acrescentou.

O Fórum de Lideranças: desafios da educação acontece anualmente no Brasil e em outros países da América Latina; neste ano, já foi realizada uma edição no México e o Fórum de Lideranças acontecerá ainda no Peru e no Chile.