O Todos Pela Educação lança, este mês, nova edição de seu relatório De Olho nas Metas. A publicação traz indicadores referentes às 5 Metas do movimento – (1) Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola, (2) Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos, (3) Todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano, (4) Todo jovem de 19 anos com ensino médio concluído, e (5) Investimento em educação ampliado e bem gerido.
Os números mostram alguns dos principais desafios que o país ainda precisa enfrentar na área educacional, como incluir cerca de 2,8 milhões de crianças de 4 a 17 anos na educação básica, garantir aos alunos aprendizado adequado – apenas 9,3% dos estudantes do ensino médio apresentaram proficiência esperada em matemática, e nenhuma etapa atingiu a meta intermediária do TPE para matemática ou língua portuguesa em 2013 – , e combater os motivos que fazem com que apenas 54% dos jovens concluam o ensino médio na idade certa. Além disso, o relatório apresenta estudos inéditos, feitos por iniciativa do TPE, e artigos exclusivos sobre temas de relevância para a educação.
Confira os temas tratados na edição 2013-14 do relatório:
Formação inicial: situação atual e propostas de mudança: o artigo de Fernando Luiz Abrucio, professor e pesquisador do Programa de Mestrado e Doutorado em Administração Pública e Governo da FGV-SP e presidente da Associação Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas (ANEPCP), tem como base um estudo coordenado pelo autor que traça um diagnóstico detalhado do atual quadro da formação de professores no Brasil e mostra que o tema carece de pesquisas e que é preciso fortalecer a relação entre as universidades, as redes de ensino e as escolas.
O impacto do ensino fundamental de nove anos no desempenho escolar: com base em um estudo inédito sobre o tema, o artigo dos pesquisadores Armando Chacón e Pablo Arturo Peña, sócios da Microanalitica, empresa especializada em avaliação de impacto de intervenções na área da educação, discute o impacto da extensão do Ensino fundamental para nove anos, obtida por meio da redução da faixa etária para o ingresso na etapa, que ampliou a escolaridade das crianças que, no modelo antigo, não teriam acesso à educação infantil. Os pesquisadores alertam que o efeito positivo da medida, universalizada em 2010, vai deixar de impactar os indicadores de aprendizado nos próximos anos, e que é necessário pensar em políticas que garantam a melhoria da aprendizagem.
PDDE: aprendizado institucional e propostas de aprimoramento: a verba do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é a única disponível para execução direta das escolas. A partir de um estudo sobre a eficiência do uso desse recurso, Úrsula Dias Peres, professora e pesquisadora do Programa de Graduação e Mestrado em gestão de políticas públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), e a mestranda Bruna Barcellos Mattos, apontam os desafios enfrentados pelos gestores para administrar esse capital e sugestões de como o programa poderia ser aprimorado.
Afinal, por que o currículo é importante?: O economista e demógrafo Haroldo da Gama Torres, sócio da Din4mo, consultoria especializada em negócios de impacto social, e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), foi responsável pelo estudo Projeto de Vida, feito pela Fundação Lemann, com apoio técnico do TPE, e argumenta em seu artigo que é preciso avançar no debate sobre currículo no País, pois os jovens brasileiros chegam ao final da Educação Básica sem ter acesso a conhecimentos elementares para a vida, como mostrou a pesquisa divulgada em junho deste ano.
O corte etário e o direito a ser criança: Em seu artigo sobre as resoluções do Conselho Nacional de Educação que definem 31 de março como data de corte para o ingresso na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, a advogada Alessandra Gotti, Professora Doutora nas disciplinas Direito Constitucional, Propriedade Intelectual, Direitos Humanos e Tutela da Infância e Juventude, e integrante do Grupo de Trabalho Interinstitucional sobre Educação Infantil (GTIEI), argumenta que essas decisões não violam o direito de acesso à Educação e explica porque elas deveriam ser respeitadas em todo o País.
Para Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do TPE, os temas abordados nesta edição do De Olho nas Metas trazem reflexões importantes e urgentes na educação brasileira: “Repensar a formação de professores, refletir sobre a origem dos avanços nos indicadores de qualidade da Educação, garantir o uso eficiente dos recursos, assegurar a aprendizagem que é esperada dos alunos e necessária para sua vida, e garantir condições para para que escolas possibilitem aos alunos um trabalho pedagógico propício à sua fase de desenvolvimento, são questões que precisam ser debatidas e colocadas em prática o quanto antes, para atingirmos as metas para a educação do país e prover a todas as nossas crianças e nossos jovens, um ensino de qualidade. Estes estudos têm como objetivo apoiar esse debate e a elaboração das políticas”, afirma.
Confira or artigos no relatório completo De Olho nas Metas 2013-14 e os estudos na íntegra no site do TPE, em Biblioteca. (Assessoria de imprensa)