Durante milhares de anos conhecemos o aprendizado da seguinte maneira: o aluno em primeiro plano, o professor em segundo e a matéria complementando essa relação. O professor fica entre a matéria e o aluno, ele é a fonte de conhecimento e informação desse aluno, o que acontece presencialmente, cara a cara. E em todo esse tempo, com apenas um modelo de ensino, compreendíamos essa como a única maneira possível, a tradicional.
Entretanto, com o advento da internet, experimentamos uma nova maneira de obter conhecimento: o aluno em primeiro plano, a internet no meio, o professor e a matéria depois. A busca pelo saber foi modificada. O aluno passou a procurar respostas para as dúvidas que surgem pelo caminho do aprendizado na internet, e essa pesquisa passou a responder, às vezes, bem mais que o próprio professor em sala de aula. Assim, o online teaching derrubou a maneira tradicional de ensino. Mesmo que o professor não queira, os alunos vão ter como sua fonte principal de informação a internet e o termo evoluiu para e-learning, mais focado em aprendizado do que em ensino. A ênfase foi para o aprendiz.
Partimos desses dois aspectos para refletir sobre o blended learning. Mas, primeiro, precisamos entender o que é isso. Blend significa, em inglês, misturar; e-learn significa aprender. Blended learning define a junção dos dois modelos de aprendizagem. É o aprender que vem da sala de aula, vai para a internet, passa pelo professor, transpõe a mesa de estudos em casa e mistura tudo o que conhecemos de aprendizado até hoje. O docente usufrui da estrutura da web para desenvolver o conhecimento presencial ou o estudo online tem extensão para um contato presencial, e assim por diante.
Esse ensino misturado ganhou forças e se tornou formal quando as grandes universidades mundiais implementaram plataformas digitais. Um exemplo: o vice-reitor para avanços na aprendizagem da Universidade de Havard (EUA), Peter Bol, juntamente com o professor de línguas e civilizações, Charles Carswell, são responsáveis pelo HavardX – uma iniciativa de pesquisa, investigação e colaboração, com o interesse de a cada dia melhorar e incentivar o ensino misto pela tecnologia e promover a aprendizagem, independente do meio utilizado.
Quando falamos em blended learning surge também o assunto dos MOOCs, que são os cursos online massivos e abertos. São cursos livres, de acesso a qualquer tipo de pessoa de maneira online e, muitas vezes, gratuita. Esse tipo de curso conquista milhões de visualizações diariamente, em diferentes segmentos, e pode auxiliar um aluno no ensino tradicional também. Estimula pontos de vistas diferenciados dos apresentados em sala de aula ou reforçam alguma ideia que já foi aplicada no presencial.
O blended learnig está em alta para o aprendizado por três motivos: primeiro, a flexibilidade. Pode-se acessar vídeos e conteúdos online de qualquer lugar e a qualquer hora; segundo, a acessibilidade, pois a aula pode ser vista de um celular, tablet, computador ou qualquer aparelho conectado à internet. E o terceiro é a escalabilidade, uma vez que milhões de pessoas podem assistir a mesma aula, ao mesmo tempo, em qualquer local do mundo. Além disso, há o fator preço, pois a web é mais democrática e inclusiva até para quem não tem dinheiro para investir.
Ainda que tenhamos explorado o blended learning na teoria, ficarmos apenas nisso é simplório demais. O que vale é colocar em prática! Isso fará toda a diferença. Porque de nada adianta montar todo esse conceito em um papel, ou neste artigo, e não conseguir proporcionar aos alunos uma aula, no mínimo, eficiente. Acredito que investir e usufruir da melhor maneira desse ensino misturado resultará em uma aula mais proveitosa e trará mais habilidades, dos professores e dos alunos, para o contato presencial.
Felipe Dib é fundador, CEO e professor da plataforma online de ensino de inglês gratuito Você Aprende Agora.